Os dados mais recentes sobre a movimentação econômica do país saíram e o Rio de Janeiro tem aumento de vendas em supermercados no último trimestre.
De acordo com os dados divulgados pela Agência EBC, as vendas nos supermercados no Rio de Janeiro cresceram, em média, algo como 2,88% entre março e agosto deste ano. Isso mostra uma movimentação interessante nesse mercado, provavelmente impulsionado pela pandemia do novo coronavírus. Nesse período, o mês de abril foi o que teve melhores resultados, com 20,55% de crescimento em relação ao mês anterior. Já nos meses seguintes, houve ligeira queda (muito por causa do disparo em abril). Maio teve queda de 3,96%, com junho com queda de 0,67%, julho com queda de 1,70% e agosto com subida de 0,18%.
Apesar dos números parecerem ruins por serem de queda, na verdade os resultados são positivos pois estão em um patamar acima do padrão. Isso porque as comparações são sempre com os meses anteriores e abril jogou o patamar para outro nível. Basta pensar da seguinte forma para compreender melhor os números: suponha que, antes de abril, o normal era vender R$100,00 todos os meses. Se abril teve uma subida de 20%, significa que vendeu R$120,00. Já maio, teve uma queda de 3,96%. Portanto, vendeu algo como R$115,25. Viu como ainda é um número bem acima do padrão antigo?
Outros dados corroboram essa interpretação. Em comparação com as vendas de 2019, esse mesmo período do ano teve um crescimento de 11%. Ou seja; houve um fato novo, a pandemia do novo coronavírus, que levou a um crescimento significativo. De acordo com especialistas do setor, foi o medo de que houvesse um desabastecimento nesse período que levou as pessoas a estocar comida e itens em casa. No entanto, quando ficou claro que isso não aconteceria, o movimento freou um pouco, ainda que se mantenha acima da média já que as pessoas estão mais tempo em casa.
Outra explicação para o aumento das vendas em supermercados nesse período foi a popularização de aplicativos de entrega que trabalham com esse tipo de produto e estabelecimento. O Rappi Rio de Janeiro, por exemplo, foi um dos primeiros a trabalhar com supermercados e mercearias e, portanto, tem papel importante no aumento de vendas nessa pandemia.
Afinal, como as pessoas não podem sair de casa por causa da quarentena, elas precisam comprar os produtos de alguma forma. Os protocolos de segurança dos aplicativos de entrega são o suficiente para poder garantir que as pessoas farão suas compras sem riscos de contaminação.
Nos últimos cinco meses, por exemplo, o delivery de entrega no Rio de Janeiro aumentou suas vendas em 47,86%. É um resultado impressionante, embora abaixo da média nacional, que viu um crescimento de 103%. É claro que isso não quer dizer muita coisa. O delivery já era mais popular no Rio de Janeiro e em grandes cidades, o que faz com que o potencial de crescimento seja naturalmente menor mesmo. Em maio, no entanto, houve um aumento de 114% nas entregas no Rio.
O movimento de subida nos supermercados tem sido tão constante que houve um aumento de vagas na contratação de profissionais nesse setor. As oportunidades são variáveis, e vão desde auxiliares de qualidade (responsáveis por identificar produtos com defeito ou fora de validade) até entregadores e embaladores, passando por profissionais responsáveis por higienizar carrinhos e cestas. Além disso, existem vagas para orientar a utilização de equipamentos de segurança por parte de colaboradores e clientes, montar a sinalização de distância e muito mais.
Apesar dessas funções parecerem temporárias, os especialistas acreditam que elas vieram para ficar. Em primeiro lugar, a pandemia do novo coronavírus não deverá acabar até a vacina estar disponível para o grande público, o que só deve acontecer em 2022, segundo a OMS. Portanto, há pelo menos mais um ano de cuidados em espaços públicos pela frente, o que faz com que essas vagas sejam necessárias. Até lá, esses profissionais estarão integrados nos times dos mercados e cuidarão das novas demandas que vão surgir.
Além disso, vale lembrar que os funcionários que trabalham em contato com o público estão entre os mais vulneráveis por causa do novo coronavírus. Por causa disso, a taxa de contaminação é alta entre os funcionários de mercados, que precisam se ausentar do trabalho por aproximadamente 15 dias até se curar da doença.
Portanto, há uma grande rotatividade de funcionários no momento, o que faz com que as necessidades de novas contratações sejam intensas. Afinal, sem os profissionais não dá para suprir as demandas do mercado e manter esse ritmo de crescimento.
Como deu para ver, apesar da economia estar em retração, o setor de supermercados e alimentação está em alta com as pessoas mais tempo em casa. Por quanto tempo isso durará? Só o tempo pode dizer.