Diversos

Linguagem neutra: Como evitar a discriminação desde a infância

Evitar a discriminação na infância é um dever dos pais que precisam orientar os filhos a respeitarem o mundo desde pequenos, sem que deixem de viver sua inocência.

Criança brincando com tinta

Há alguns anos surgiu no Brasil e em outros países, a ideia de utilizar uma letra a mais para distinguir o gênero masculino do feminino sem “caracterizar” o que seria cada um. A letra “e” ou a letra “x”

Por exemplo, “menine”, “todxs”, “amigues” são algumas formas de denominar as pessoas sem utilizar os gêneros já conhecidos da gramática. 

Vale lembrar que esta técnica, contudo, não faz parte da gramática portuguesa, sendo alvo de muitas críticas e polêmicas em torno de sua proposta. 

A princípio, a ideia é praticada apenas pelos membros do movimento LGBTQIA+mas também pode ser empregada por pessoas adeptas. 

Muito embora alguns ambientes de trabalho permitam esse tipo de linguagem como uma forma de inclusão, especialistas, contudo, recomendam que tal linguística tenha o uso limitado apenas às rodas de amigos e conversas informais.  

Contudo, o que fazer quando a criança descobre esse tipo de linguagem? Não são poucos os pais que encontram o filho ou a filha lendo em sua cama infantil algum tipo de informação com esta linguagem. Como orientá-los a respeito?

Ensinar o respeito a todos

O português é a língua pátria brasileira. Antes que a criança tenha discernimento para adotar uma linguagem inclusiva, é necessário que aprenda a falar e escrever corretamente o seu próprio idioma. 

Até para que no futuro, se resolver utilizar a linguagem neutra como uma forma de posicionamento social, o faça com consciência, nos momentos oportunos e não apenas por seguir uma tendência. 

Outro ponto importante é explicar à criança que a linguagem neutra é uma forma de expressão utilizada por aqueles que entendem que se trata de uma maneira mais justa de abordar uns aos outros. 

Trata-se de uma linguagem informal, bem como as gírias, que não necessariamente tem a obrigação de ser seguida, mas sim, de ser respeitada, bem como toda pessoa que a utilize por razões pessoais e emotivas. 

É dever desde pequenos, respeitar a todos, sem qualquer distinção de raça ou religião e entender que, desde cedo, precisamos ser amigos e não apenas seres que convivem em um mesmo espaço.

Ensinar a criança, que mesmo que encontre outras que se sintam encorajadas a falar na linguagem neutra, isso não significa que deva fazer o mesmo, porque não é desrespeitoso falar o portugues corretamente. 

Não é a gramática portuguesa que fere o próximo, mas as suas atitudes e pensamentos. 

Quando uma criança aprende a dividir o próprio lanche com os colegas, a abraçar e apertar as mãos sem ressalvas, a tratar de igual para igual seus amigos de escola, sem medo, nojo ou qualquer outra ideia incutida em seus pensamentos pelos adultos, isso já vale as mudanças que a sociedade tanto busca em termos de igualdade de gêneros e que a linguagem neutra anseia por implementar.

Contudo, se a criança aprende a utilizar a linguagem neutra antes de aprender a própria regra gramatical, pode sentir muita dificuldade a princípio na escola, com a grade curricular que segue a norma culta da língua portuguesa e sem o devido aprendizado escolar, do jeito como se deve, dificilmente conseguirá um posicionamento na sociedade.

Sem esse posicionamento, brigar por direitos iguais e por um mundo mais justo, será algo aquém de suas capacidades e habilidades. 

Portanto, sem discriminações, a linguagem neutra não pode ser considerada mais importante que a língua portuguesa no estudo infantil ou que o respeito que todas as pessoas em comum merecem receber no mundo em que vivemos.

Outros conteúdos que você vai gostar